Foi há sessenta e quatro anos, no dia 18 de Junho de 1950, que o Benfica venceu a primeira grande competição internacional. O Benfica, que ainda representava Portugal, conquistou a Taça Latina, uma competição criada pela FIFA - ver Jornal A Bola também, após uma final em que venceu os franceses do bordéus por 2-1 e que durou cerca de 266 minutos!
Convém antes de mais, fazer uma contextualização. O futebol Português vivia uma época "verde". Entre 1946 e 1949, Correia, Vasques, Albano, Peyroteo e Travassos (os violinos) eram o terror das balizas adversárias e ajudaram o sporting a conquistar um tri-campeonato. O Benfica, vendo as coisas mal paradas, tratou de contratar um treinador inglês de forma a potenciar o valor que os jogadores do plantel aparentavam ter: Ted Smith.
Se na primeira época de Smith, o Benfica ficou a cinco pontos do sporting no campeonato, por outro lado conquistou a Taça de Portugal tendo um goal average de 36-6 em seis jogos...
Na época seguinte, Smith orientou um plantel vasto em qualidade (última época de Espírito Santo ao serviço do clube) numa caminhada de 26 jornadas para a conquista do título de campeão, também com seis pontos de vantagem sobre o sporting. Como a Taça Latina era disputada nos finais de época, o Benfica foi a jogo representar Portugal.
Aparte: depois deste ano sensacional, o sporting voltou a "assumir o poder" até 1954-1955...
Vamos lá à final! Não é do meu tempo pelo que tive apresentar a história através de escritos encontrados na blogosfera.
Sendo uma prova a quatro (entre Portugal, Espanha, França e Itália), a edição de 1950 foi jogada durante dois dias seguidos. Na primeira jornada, tipo meias-finais, o Bordéus derrotou o Atlético de Madrid por 4-2 e o Benfica ganhou à Lázio de Roma por 3-0 com golos de Rosário, Rogério (grande penalidade) e Arsénio, todos na primeira parte. Parece que foi um jogo sem grande história, uma vitória indiscutível, facilitada por um surto de anginas que terá acometido vários jogadores italianos! O Benfica, alinhou com José Bastos, Jacinto Marques, Joaquim Fernandes, Francisco Moreira, Félix Antunes, José da Costa, Corona, Arsénio, Julinho, Rogério Carvalho e José Rosário.
Fica a crónica do Diário de Lisboa (abrir a imagem numa janela individual para ler melhor):
No dia seguinte, a grande final com os franceses do Bordéus foi emocionante.
O Benfica começou da melhor forma, chegando aos 2-0 através de Arsénio e Corona. Mas a equipa de Bordéus, ainda na primeira parte, deu a volta ao resultado, saindo para intervalo a ganhar por 3-2. A segunda parte foi de domínio do Benfica, procurando pelo menos o empate, que acabaria por chegar através de Pascoal, ponta esquerda que foi a única alteração da equipa relativamente ao jogo da véspera.
Se na primeira época de Smith, o Benfica ficou a cinco pontos do sporting no campeonato, por outro lado conquistou a Taça de Portugal tendo um goal average de 36-6 em seis jogos...
Na época seguinte, Smith orientou um plantel vasto em qualidade (última época de Espírito Santo ao serviço do clube) numa caminhada de 26 jornadas para a conquista do título de campeão, também com seis pontos de vantagem sobre o sporting. Como a Taça Latina era disputada nos finais de época, o Benfica foi a jogo representar Portugal.
Aparte: depois deste ano sensacional, o sporting voltou a "assumir o poder" até 1954-1955...
Vamos lá à final! Não é do meu tempo pelo que tive apresentar a história através de escritos encontrados na blogosfera.
Sendo uma prova a quatro (entre Portugal, Espanha, França e Itália), a edição de 1950 foi jogada durante dois dias seguidos. Na primeira jornada, tipo meias-finais, o Bordéus derrotou o Atlético de Madrid por 4-2 e o Benfica ganhou à Lázio de Roma por 3-0 com golos de Rosário, Rogério (grande penalidade) e Arsénio, todos na primeira parte. Parece que foi um jogo sem grande história, uma vitória indiscutível, facilitada por um surto de anginas que terá acometido vários jogadores italianos! O Benfica, alinhou com José Bastos, Jacinto Marques, Joaquim Fernandes, Francisco Moreira, Félix Antunes, José da Costa, Corona, Arsénio, Julinho, Rogério Carvalho e José Rosário.
Fica a crónica do Diário de Lisboa (abrir a imagem numa janela individual para ler melhor):
No dia seguinte, a grande final com os franceses do Bordéus foi emocionante.
O Benfica começou da melhor forma, chegando aos 2-0 através de Arsénio e Corona. Mas a equipa de Bordéus, ainda na primeira parte, deu a volta ao resultado, saindo para intervalo a ganhar por 3-2. A segunda parte foi de domínio do Benfica, procurando pelo menos o empate, que acabaria por chegar através de Pascoal, ponta esquerda que foi a única alteração da equipa relativamente ao jogo da véspera.
Seguiu-se um prolongamento de meia-hora, que não alterou o resultado. Havia que jogar-se a finalíssima, marcada para o domingo seguinte, dia 18 de Junho, igualmente no Jamor. Nesta final, o Benfica alinhou com José Bastos, Jacinto Marques, Joaquim Fernandes, Francisco Moreira, Félix Antunes, José da Costa, Corona, Arsénio, Julinho, Rogério Carvalho e Pascoal.
fica a crónica do Diário de Lisboa (abrir a imagem numa janela individual para ler melhor):
Para a finalíssima, o Benfica apresentou uma alteração ao jogo anterior: O extremo José Rosário para o lugar de Pascoal: Bastos; Jacinto e Fernandes; Moreira, Félix e José da Costa; Corona, Arsénio, Julinho, Rogério e Rosário.
fica a crónica do Diário de Lisboa (abrir a imagem numa janela individual para ler melhor):
Para a finalíssima, o Benfica apresentou uma alteração ao jogo anterior: O extremo José Rosário para o lugar de Pascoal: Bastos; Jacinto e Fernandes; Moreira, Félix e José da Costa; Corona, Arsénio, Julinho, Rogério e Rosário.
Foi o Bordéus que acabou por abrir o marcador, logo aos 11 minutos de jogo. A partir daí, o Benfica carregou sobre o adversário, mas uma superior exibição do guarda-redes Astresse e alguma falta de pontaria dos atacantes portugueses impediam que o resultado se alterasse. Os minutos foram passando, as esperanças dos Benfiquistas diminuindo e o final do jogo aproximava-se. E, já com muitos espectadores resignados, fora do estádio, a caminho dos transportes que os levariam a casa, faltando escassos 20 segundos para os 90 minutos, eis que surge, finalmente, o golo do empate. Foi seu autor Arsénio, homem de muitos golos ao serviço do Benfica, mas nenhum tão importante e decisivo como este.
Os ecos do golo chegaram aos acessos do estádio e os espectadores mais conformados, que já abandonavam, de pronto regressaram aos seus lugares. Haveria lugar a um prolongamento de 30 minutos que, porém, não trouxe golos.
Depois, começaram períodos de 10 minutos que seriam suspensos logo que houvesse um golo. Jogou-se o primeiro, sem golos. Jogou-se o segundo, ainda sem golos. Os jogadores - sempre os mesmos, sem qualquer substituição admitida - já se arrastavam mais do que jogavam. Até que, finalmente, aos 146 minutos de jogo - duas horas e 26 minutos! 5 minutos do 4º prolongamento - quando o sol já se começava a pôr, Julinho, o avançado centro, fez o golo da vitória.
Parece que foi uma jogada confusa. Conta-se que foi mais ou menos assim: Pontapé de canto, Rosário vai marcar, a bola sobra para o centro da área e o guarda-redes francês, Astress choca com os seus colegas que também saltaram à bola, toca ainda com a mão, mas a redondinha sobra para Julinho, que também se tinha elevado nos ares e quando todos olham a bola beijava as redes da baliza do Bordéus…
Morte súbita, pimba! O jogo tinha terminado e o Benfica era Campeão Latino, o público invadiu o relvado para abraçar os jogadores que já não tinham forças para erguer os braços em sinal de vitória. A final mais longa do futebol português tinha terminado e o título ficava em Portugal...
Também se conta que assim que soou o apito final, Corona, desmaiou no campo. Foi levado para os balneários de charola. Os colegas despiram-no, descalçaram-no, puseram-no no duche e nada... A insensibilidade manteve-se, oferecendo uma imagem bizarra, debaixo do chuveiro, com a água tépida a salpicar-lhe o corpo ainda desfalecido. Quando deu sinal de si só foi capaz de dizer que soubera, finalmente, o que era o Paraíso. Os outros Benfiquistas também.
Entretanto no estádio, um pouco a custo Rogério Carvalho subiu a longa escadaria até à tribuna do Jamor para receber a Taça Latina de 1950. Jacinto, que tinha sido o capitão em campo tinha jogado os últimos 30 minutos com o pulso partido e encontrava-se impossibilitado de ir receber o troféu, cedendo a honra ao “Pipi”. Recebeu-a das mãos de Guilherme Pinto Basto e ergueu-a aos céus, com o sol a pôr-se e uma aura de vermelho a envolvê-lo.
Entretanto no estádio, um pouco a custo Rogério Carvalho subiu a longa escadaria até à tribuna do Jamor para receber a Taça Latina de 1950. Jacinto, que tinha sido o capitão em campo tinha jogado os últimos 30 minutos com o pulso partido e encontrava-se impossibilitado de ir receber o troféu, cedendo a honra ao “Pipi”. Recebeu-a das mãos de Guilherme Pinto Basto e ergueu-a aos céus, com o sol a pôr-se e uma aura de vermelho a envolvê-lo.
Interessante o que se escreveu no Diário de Lisboa sobre este jogo (abrir a imagem numa janela individual para ler melhor):
O Jornal do Benfica também deu asas à alegria
A revista Stadium também reservou espaço para esta tremenda conquista:
Sobre o levantar da Taça, o saudoso Rogério tem uma história:
Era o começo da ascensão do Benfica para voos mais internacionais. A reportagem é de 2010.
Sobre o levantar da Taça, o saudoso Rogério tem uma história:
Era o começo da ascensão do Benfica para voos mais internacionais. A reportagem é de 2010.
Porque os restantes já não eram fisicamente presentes...
De Todos UM
PS1: Agradecimentos ao Chama Gloriosa e ao forum SerBenfiquista. Sem eles o trabalho teria sido muito mais complicado.
PS2: Agradecimentos também ao Rui Miguel Tovar pela utilização deste artigo.
Nota: Artigo apetrechado a 30 de Março de 2020.
PS2: Agradecimentos também ao Rui Miguel Tovar pela utilização deste artigo.
Nota: Artigo apetrechado a 30 de Março de 2020.
Gostei muito, parabéns. Passei a conhecer mais um pouco da "nossa" história gloriosa, e que gloriosos foram estes rapazes.
ResponderEliminarSaudações
vito g.
Falta que os que hoje guiam os destinos do clube conheçam a história e não somente os nomes e números.
EliminarSaudações gloriosas vito g.
Pois, outros tempos outras gentes, outro espetáculo, outro tudo, quase que me atrevo a dizer outro Clube!
ResponderEliminarTal como Portugal que outrora deu novos mundos ao mundo e hoje ...
Gande abraço meu amigo.
Foi o início e realmente era ainda a mentalidade clube. Agora é mais corporativa a visão, uma espécie de "let´s make money"...
EliminarSaudações Gloriosas António F.
Foi a primeira grande conkista internacional do nosso clube,a tal taça ke os andrades andam a dizer ke não conta para nada,claro é muito mais facil ganhar supertaças,a maioria das kuais foram gamádas a outros clubes(a mais vergonhosa a de 94-95,kuando anularam o celebre golo ao Amaral no antro,após o rabeta do Baia ter defendido com as patas fora da área).Mas deixemos de falar em merda,o mais importante é relembrar este momento fantástico do Glorioso.Participamos nesta edição,devido ao titulo de campeão de 1949-1950,o unico ganho num periodo em ke o Sporting tinha o dominio,já ke foi campeão entre 1946-1949 e depois entre 1950-1954.Possuiamos uma grande ekuipa,o jovem Bastos era o guarda-redes,o soberbo Félix era o patrão da defesa,Moreira segurava o meio campo,onde faltou nesse torneio o nosso grande capitão e imortal Francisco Ferreira,e na frente a classe de Rogério Pipi e a capacidade goleadora de Arsenio e Julinho funcionava na perfeição.Apenas me faz um bocado de confusão como estes senhores são na sua maioria completamente eskecidos,pois foram eles ke deram o primeiro troféu internacional de grande dimensão ao Benfica,troféu esse ke mais nenhum clube português tem.Nomes como Felix,Francisco Ferreira,Arsénio,Julinho e o fabuloso Rogério são lendas do nosso Clube.Parabens e obrigado por ter tido a grande ideia de relembrar tão grande conkista.
ResponderEliminarPois Alexandre... O pior é que não tenho no meu baú muitos textos e/ou imagens para engrandecer a publicação. Foi o possível.
EliminarAtenção que não foi a primeira conquista do Benfica. Foi sim do Benfica e de um portugal que ainda é muito pequenino...
Saudações gloriosas.
Kuando falo em primeira grande conkista,refiro-me em relação a provas internacionais.Na Taça Latina,ke foi a antecessora da Taça dos Campeões,o Benfica participou por 3 vezes,em 1950 onde venceu,em 1956 onde ficou em terceiro lugar depois de ter perdido o acesso á final com uma derrota por 4-2 com o Milan,garantindo o terceiro posto batendo o Nice por 2-1,e finalmente em 1957 onde fomos vice campeões depois de perdemos a final no Santiago Bernábeu com o Real do galático Di Stefano por 1-0,tendo nas meias finais eliminado o Saint-Etienne por 1-0.No ke refere a esta publicação,louve-se o facto de ser dos poucos blogs ke têm o cuidado de evocar os grandes feitos do nosso Clube.Acredito ke serão poucos os benfikistas,nomeadamente das gerações mais recentes ke conhecam os feitos de imortais como Rogério,Felix,Arsénio ou Francisco Ferreira.
ResponderEliminarSabes Alexandre, preocupo-me mais com a história do Benfica de que com a "silly season".
EliminarTenho os mesmos receios do que tu, o meu filho haverá de conhecer a história do Benfica como eu a conheço... Ele ainda não tem cabeça para estas coisas mas será informado. É esse receio que tenho, a malta nova sabe do passado mas só do passado recente e muito recente e tende a não passar a informação aos seus!
Uma das minhas lutas é escrever esta informação e colocá-la aqui na net para que quem se lembrar, possa aqui vir e passar a informação.
Saudações Gloriosas.
Excelente... E para quando a taça dos campeões de 1961? estive a ver na secção do museu e há esta conquista a faltar entre as duas primeiras que lá estão.
ResponderEliminarFFerreira Viseu
No meu caso tenho tentado passar para o meu filho tudo akuilo ke sei sobre a enorme historia do Glorioso.Honestamente o ke mais me faz confusão é ir ver um jogo ao nosso Estádio e ver adeptos ke passam a vida a mandar calar outros adeptos porke entendem ke o futebol ao vivo é para ser visto como se estivessemos numa ópera.E muita desta situação agravou-se com a utilização do novo estádio e pela maneira cagona como alguns dos nossos dirigentes se comportam,ou seja akuilo ke era emoção,mistica e uma autentica prática de um culto,transformou-se numa situação banal.Ou seja o verdadeiro povo benfikista foi substituido pela nova vaga de adeptos sem kualkuer alma e sofrimento pelo nosso clube.Uma das maiores desilusões ke tenho em relação ao meu filho,é não lhe poder mostrar ao vivo o ke era o verdadeiro inferno e a verdadeira militancia ke se vivia no antigo estádio.E isto leva-me actualmente a ter muito mais interesse pelo nosso passado,do ke verdadeiramente pela tal silly season,pois mais uma vez vamos cair na armadilha de vender tudo,permitir nova oportunidade para os corruptos se erguerem e dar a esperança ás osgas de sonharem com algo.Mas este é o Benfica de Vieira e sus muchachos,dos 83% ke veneram este estado de coisas.onde a vontade de ganhar foi substituida pelo lucro facil a kualker preço,nem ke para isso seja necessário vender a ekuipa toda.
ResponderEliminarÉ... a silly season traz este sentimento de que a equipa vai ser desmantelada... vamos ver com que ovos jj vai cozinhar, mais vale não ler jornais e sar uns saltos aqui. Sobre ir ao estádio e vibrar, acho que a falta de conquistas recentes ajuda a esse pessimismo e desmoralização mas se quiser sempre pode dar um salto ao Topo Sul e passar os jogos a incentivar.
ResponderEliminarSaudações e bom sol
vito g.